Em uma decisão divulgada hoje, o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de Mauro Cid, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid estava preso desde março, acusado de obstrução de justiça e vazamento de dados sigilosos de investigações em andamento no STF.
Segundo a decisão, Moraes atendeu a um pedido da defesa de Cid, que alegou que os áudios vazados não prejudicaram as investigações e que Cid não obstruiu a Justiça. Além disso, a defesa argumentou que a gravação em que Cid fazia críticas às investigações foi feita clandestinamente.
Áudios divulgados no site da revista Veja na 5ª feira (21.mar.2024) trazem conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), com um interlocutor. Na gravação, afirma que o ex-presidente “ficou milionário” depois de ter recebido um Pix de “milhões” e cita encontro do ex-chefe do Executivo com o ministro do STF Alexandre de Moraes no prédio do senador Ciro Nogueira (PP-PI)
Moraes manteve o acordo de colaboração premiada firmado entre a Polícia Federal e Cid, apesar da nova prisão. Ele também determinou a liberdade provisória de Cid, mantendo as medidas cautelares anteriormente decretadas.
Cid é alvo de investigação em pelo menos três inquéritos no STF: a suposta tentativa de golpe de estado, a falsificação de cartões de vacinação contra a COVID-19 e o caso das joias saldadas que teriam sido recebidas pela Presidência da República.
A soltura de Cid é uma reviravolta nas investigações que miram o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados. A expectativa é que Cid forneça novas informações sobre o envolvimento de Bolsonaro e outros envolvidos nos casos investigados